O controle de qualidade em todos os tipos de produtos é de capital importância para que se entregue ao consumidor algo confiável, seguro, que atenda a suas expectativas e que não venha a causar problemas de nenhuma natureza. A entrega de produtos com os menores índices de rejeição faz parte do conceito de uma empresa, de uma marca. Nada mais confortador do que a certeza de estar entregando ao mercado alguma coisa que não tenha defeitos, que não exija trocas, que não leve a demandas administrativas ou judiciais.

As empresas de inoculante associadas da ANPII desenvolvem um controle de qualidade apurado e agora passam a dispor das modernas técnicas de biologia molecular, com a análise do DNA para maior certeza e maior rapidez na avaliação do produto final e de cada uma das etapas.

O conceito de controle de qualidade evoluiu ao longo do tempo, passando de uma inspeção do produto final para a atenção a todos os processos envolvidos na produção, desde a matéria prima, às fases finais do processo, fazendo com que o produto final termine com zero de rejeição, evitando-se aumento de custos e retrabalho. O controle de qualidade em cada fase do processo produtivo é hoje a tônica para que se monitore atentamente cada etapa, visando determinar os gargalos e as possíveis fontes de erro, para uma correção antecipada de possíveis falhas.

Entretanto, para se atingir este patamar de controle de todas as fases, são necessárias técnicas que permitam não só uma avaliação acurada, como a obtenção de resultados rápidos para não travar o sistema de produção. Se no processo houver um ou mais pontos que necessitem de análises demoradas, todo o restante ficará parado, esperando o resultado daquela análise mais demorada.

No caso particular dos inoculantes, além da qualidade dos insumos utilizados na produção, exige-se todo um criterioso acompanhamento de diversas fases durante o sistema produtivo. Pontos críticos que devem ser monitorados:

  • Pureza das estirpes recebidas dos laboratórios de referência.

Embora os laboratórios atuais entreguem às empresas culturas asseguradas quanto à sua autenticidade, com laudos comprobatórios, é conveniente que cada empresa faça seu teste interno para ter plena certeza e para que os profissionais da produção conheçam os procedimentos para tanto.

  • Acompanhamento de cada etapa do processo produtivo, visando verificar a pureza e a concentração de cada fase, para que o material possa seguir para a etapa seguinte.

Cada transferência, repique, de um tubo de ensaio para um recipiente maior e deste para o seguinte, em escala crescente, está sujeito a contaminações e exige monitoramento para que não se chegue ao final com um produto contaminado. Em muitas destas etapas também é necessário determinar, além da pureza, a concentração de bactérias, no sentido de aferir a curva de crescimento e manter uma adequada relação entre inóculo/novo caldo.

  • Pureza e concentração do produto final.

Como última etapa é indispensável fazer testes de pureza e de concentração no produto, após embalagem. Nesta etapa podem ocorrer contaminações que irão inutilizar o inoculante.

Existe toda uma metodologia já consagrada, que faz parte dos protocolos das análises oficiais do MAPA, mas que necessita de muitas avaliações subjetivas, altamente dependentes de interpretações do operador, o que traz certa margem de dúvida, podendo variar de operador para operador. Existem ao longo do processo etapas que exigem um tempo mais longo, até que se possa fazer a liberação de uma etapa ou mesmo do produto.

Mas atualmente, na esteira dos conhecimentos de biologia molecular, surgem novas ferramentas para um controle mais acurado e mais rápido de todo o processo produtivo, da cultura matriz ao produto acabado.

Através das análises por RT – PCR, pode-se obter:

  • Contagem apenas de células viáveis, permitindo a embalagem das bactérias em seu melhor estado de crescimento.
  • Análise de pureza e concentração em uma mesma operação, ao contrário da análise convencional que exige duas operações separadas.
  • Rapidez de resultados, que são obtidos em quatro horas, enquanto a metodologia tradicional exige vários dias, conforme o microrganismo.

Diversas empresas já disponibilizam estas análises, inclusive oferecendo kits e todo o treinamento na metodologia, para que as empresas possam fazer estas análises em seus próprios laboratórios.

A ANPII, mantendo-se ativa na difusão de novas tecnologias, vê estas formas de controle de qualidade como um avanço na oferta de inoculantes cada vez mais confiáveis para o agricultor brasileiro.

 

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